ATA DA SEGUNDA SESSÃO ESPECIAL DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 17-06-2005.

 


Aos dezessete dias do mês de junho de dois mil e cinco, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezoito horas e cinqüenta e nove minutos, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada a debater o tema “Avanços na Visibilidade Homossexual”, nos termos do Requerimento n° 110/05 (Processo n° 2159/05), de autoria da Vereadora Maristela Maffei. Compuseram a MESA: o Vereador Aldacir Oliboni, 2º Vice-Presidente deste Legislativo; as Senhoras Ângela Salton Rotunno, Promotora de Justiça, e Miriam Weber, representado a Organização Não-Governamental Lésbicas Gaúchas – LEGAU; os Senhores Joseph Cruz, representante na América do Sul dos Jogos da GLBT 2006 do Canadá; Isidoro de Souza Rezes, representando a Organização Não-Governamental Outra Visão; Cléber Vicente Gonçalves, representando a Organização Não-Governamental Somos – Comunicação, Saúde e Sexualidade; Roberto Seitenfus, representando a Organização Não-Governamental Desobedeça; Rodrigo Michel, representando a Organização Não-Governamental Contestação; Diovani Miranda, representando a Organização Não-Governamental Integração Vivência; a Vereadora Maristela Maffei, como Secretária “ad hoc”. Ainda, como extensão da Mesa, foram registradas as presenças do Senhor Conrado, representando a Desembargadora Maria Berenice Dias, e da Senhora Vera, representando o Bar Venezianos. Após, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, ouvirem a execução do Hino Nacional e, em prosseguimento, concedeu a palavra aos oradores interessados em se manifestar relativamente ao tema em questão. A Vereadora Maristela Maffei, como proponente da presente Sessão, lembrando ser o dia vinte e oito de junho o Dia da Consciência Homossexual, discorreu acerca dos preconceitos enfrentados no dia-a-dia pelas pessoas que decidiram assumir sua sexualidade, defendendo a necessidade de que a legislação brasileira avance no sentido de coibir a homofobia e garantir direitos iguais a todos, independentemente de sua opção sexual. A Vereadora Sofia Cavedon pronunciou-se a respeito da importância da luta em prol de uma sociedade igualitária e democrática, ressaltando que uma boa política de educação é fundamental para acabar com a discriminação hoje existente contra as minorias. A Senhora Ângela Salton Rotunno relatou sua honra em participar desta Sessão, expondo a posição do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul em apoio à livre orientação sexual e aos movimentos sociais que lutam pelo respeito aos Direitos Humanos. O Senhor Joseph Cruz abordou a realização do “1st World Outgames Montreal 2006” e da conferência internacional “O Direito de Ser Feliz”, que ocorrerão em Montreal, no Canadá, com o objetivo de promover os direitos das minorias sexuais por meio dos esportes e da cultura. A Senhora Miriam Weber explicou os objetivos da Organização LEGAU, no sentido de servir de espaço para manifestação de mulheres  lésbicas, homossexuais, bissexuais e assexuadas, em busca de um mundo mais justo, solidário e respeitoso. O Senhor Isidoro de Souza Rezes, comunicando que o lema deste ano das Paradas nacionais em prol das minorias é “Nem mais, nem menos: direitos iguais”, salientou a importância do sentimento afetivo acima da questão sexual, mencionando pessoas famosas que lutaram pelos direitos da diversidade sexual. O Senhor Cléber Vicente Gonçalves analisou o início, durante o Governo Militar, do Movimento Homossexual Brasileiro, destacando que o maior desafio dos grupos que se empenham em favor da livre orientação sexual é a construção de uma sociedade mais justa, fraterna e não-excludente. O Senhor Rodrigo Michel justificou a necessidade de que o Movimento Homossexual se una aos demais movimentos sociais que reivindicam melhorias nas condições de vida, como as feministas, os negros e os estudantes, afirmando que a luta pelos espaços das minorias cresce cada vez mais. O Senhor Diovani Miranda elogiou a iniciativa da Vereadora Maristela Maffei em propor o presente debate, discursando sobre a diversidade sexual e alegando que os esforços em favor de uma sociedade igualitária, fraterna, solidária e humanizada é de todos, independentemente de sua sexualidade. O Senhor Roberto Seitenfus enfocou a realização da Parada das minorias sexuais, no Parque da Redenção, no próximo dia dezenove de junho, no intuito de chamar a atenção da sociedade e Poderes Públicos para o reconhecimento dos direitos dos excluídos. Após, o Senhor Presidente convidou os presentes para, em pé, ouvirem a execução do Hino Rio-Grandense e, nada mais havendo a tratar, agradeceu a presença de todos e declarou encerrados os trabalhos às vinte horas e vinte e um minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Aldacir Oliboni e secretariados pela Vereadora Maristela Maffei, como Secretária “ad hoc”. Do que eu, Maristela Maffei, Secretária “ad hoc”, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores 1º Secretário e Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Prezadas senhoras e senhores, vamos dar início aos trabalhos da Sessão Especial, que tem como tema Avanços na Visibilidade Homossexual em homenagem a Organizações Não-Governamentais pela Livre Orientação Sexual do Rio Grande do Sul, evidentemente que esta homenagem é feita pela nobre Verª Maristela Maffei.

Convidamos para compor a Mesa: A Drª Ângela Salton Rotunno, Promotora de Justiça; a Verª Maristela Maffei, proponente desta homenagem; Sr. Joseph Cruz, representante na América do Sul dos Jogos GLBT/2006 do Canadá; Srª Miriam Weber, representante da Legau – Lésbicas Gaúchas; Sr. Isidoro Rezes, representante da Organização Não-Governamental Outra Visão; Sr. Cleber Vicente, representante da Organização Não-Governamental SOMOS; Sr. Roberto Seitenfus, representante da Organização Não-Governamental Desobedeça; Sr. Rodrigo Michel, representante da Organização Não-Governamental Contestação e Sr. Diovani Miranda, representante da Organização Não-Governamental Integração Vivência. Queremos também saudar as demais autoridades presentes, entidades, cidadãos e cidadãs que fazem parte dessa bela homenagem.

Convidamos todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional.

 

(Ouve-se o Hino Nacional.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Queremos colocar, como extensão da Mesa, nossa Verª Sofia Cavedon e nosso Ver. Carlos Todeschini, ambos do Partido dos Trabalhadores.

A nobre Verª Maristela Maffei, proponente desta homenagem, está com a palavra.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Em especial à companheira Verª Sofia Cavedon, ao companheiro Carlos Todeschini, nossos dois líderes junto comigo na Bancada do Partido dos Trabalhadores nesta Casa. Gostaria ainda de citar aqui a presença do Flávio Paim, representante do Senador Paulo Paim; do Diego Fagundes, representante de Outra Visão, no Alegrete; da nossa querida companheira Giovana Vargas, Vereadora lá do Alegrete; da Vanessa Barcelos, representante do Gabinete da companheira Preta, do Alegrete; da Fátima Beatriz, Marli, Renata, Nicholas, a companheirada do gabinete, me permitam tratar dessa forma, do gabinete da companheira, nossa Deputada Federal, Maria do Rosário. Não vou citar todos, mas senhoras e senhores, companheiros e companheiras, quero dizer para vocês que este é um momento muito emocionante.

Ontem, aliás, nós tivemos nesta Casa uma Sessão Solene Especial que homenageava os 130 anos da comunidade italiana. Antes de começar, eu quero fazer um reconhecimento a todo o pessoal que está aqui, da Câmara de Vereadores. Em nome da Andréia, que organiza todos esses momentos, desde o início teve uma preocupação muito grande para que tivesse o melhor para nós, eu gostaria de dar uma forte salva de palmas. (Palmas.)

Mas por que eu digo isso? Porque foi bem diferente no dia de ontem. Até parece que na “italianada” toda não têm tantas pessoas que lutam pelos seus direitos, pela sua orientação sexual. Aliás, foi na Europa que surgiram os precursores dessa luta, e esta Casa tem que ficar sabendo disso, deveria dar o mesmo trato.

Segunda-feira farei, desta tribuna, as reclamações necessárias: estamos sem a televisão, estamos sem o atendimento de copa; isso tem que ficar claro. Porque muita gente que faz parte daqui, somos 36 Vereadores, muitos, certamente, devem ter conhecidos que fazem muitas coisas por debaixo do pano. Agora, essas pessoas também deveriam ter a mesma capacidade de erguer a cabeça e bater palmas para aqueles que têm coragem de lutar contra o preconceito, e não tiveram.(Palmas.)

Isso é hoje, Isidoro, vou guardar o meu fôlego para segunda-feira, e gostaria que vocês estivessem aqui para testemunhar, Verª Cavedon, Ver. Todeschini.

Nós vivemos discutindo, e mais do que ninguém, as pessoas que estão aqui discutem em relação à questão do avanço, na luta pela visibilidade homossexual. Apesar de, na humanidade, nós estarmos vivendo um grande retrocesso político, justamente a tudo que diz respeito em relação aos direitos humanos, nós vamos no senhor do mundo, o Bush, que, na verdade, é apenas aquele que coloca em prática, mas quanta gente deve ter atrás dele para que aconteça esse retrocesso. No momento em que o Bush foi reeleito, eu pensei: Nossa, que desgraça para a humanidade! Eu comecei a lembrar na “queima das bruxas”, na homofonia, e assim por diante. Quantos e quantos tombaram nas mãos desses monstros sanguinários que financiam as indústrias bélicas, que financiam os meios de comunicação para fortalecer cada vez mais o preconceito! E quando houve a “fumacinha” lá em Roma eu também me assustei, porque aquela “fumacinha” nós já sabíamos que era do mesmo segmento, o do retrocesso.

Hoje, no Brasil, existe uma tentativa, sem querer aqui fazer uma defesa política - faço, sim, uma defesa política -, de um golpe contra um projeto de Nação que faz avançar a questão dos direitos humanos.

Nós não vamos “tapar o sol com a peneira” para ninguém sobre que está acontecendo em nível federal; ao contrário, nós estamos à frente de qualquer coisa que seja errada. Agora, nós, que sempre lutamos pelos direitos humanos, vamos continuar com essas bandeiras e temos que ser portadores, porque ninguém melhor do que aqueles que sofrem preconceito, que sofrem discriminação no dia-a-dia para saber do que estou falando: da tentativa de golpe branco, entre aspas, que estão tentando fazer neste País.

Eu apresentei a proposta para esta Sessão. Quando nós apresentamos esta proposta, nós queríamos também homenagear o Jean. Foi um escândalo nesta Casa! Foi um escândalo de muita gente de quem eu recebi e-mail, porque a questão foi colocada numa situação de que era para nós homenagearmos o Jean. Pura hipocrisia! Foi porque eles não queriam que, no espaço da Câmara de Vereadores, se estivesse fazendo esse tipo de debate. A gente conhece cada um dos que usam da hipocrisia na tribuna, mas que, “por debaixo dos panos”, querem estar acarinhados, querem ser acolhidos naquilo que publicamente não enfrentam e não externam. Dessa hipocrisia é que nós estávamos tratando. E quando as críticas vieram... Nós não queríamos homenagear o Jean juntamente com as Organizações Não-Governamentais para reforçar a Rede Globo; nós queríamos homenagear o Jean além da questão de ele assumir a sua homossexualidade. Nós queríamos mostrar que atrás e na frente de um ser humano tínhamos um cidadão ético que, com a sua condição, demonstrava que ele não precisava deitar no chão qualquer valor - valor da hipocrisia que passava por aquele chauvinismo, aquela porcaria que é o Big Brother. Nós queríamos demonstrar isso, porque Leila Diniz não era uma grande feminista. Leila Diniz, quando botou a barriga de fora, quando usou aquelas roupas para ir tomar banho no mar, ela tornou-se um ícone, apesar de as feministas, há muitos milhões de anos, terem, muitas, tombado e morrido na luta pela visibilidade da luta da questão de gênero, e ela se tornou, sim, um ícone importante.

E qual é o problema de ser um Jean, ou seja quem for? Bibo Nunes dizia assim: “Pôxa, Vereadora, por que a senhora não homenageou alguém daqui? A senhora não homenagearia alguém daqui?” Não tem problema, está aqui o meu chefe de Gabinete, o Leandro, poderia ser ele, mas o Leandro, e outros que dão visibilidade dá muito mais força para nós. Mas não tem problema. O Jean, a Maristela, a Sofia, o Todeschini, o Oliboni, todos que estão aqui somos pessoas que temos o nosso conceito - a questão de tocar para frente essas lutas, nós estamos fazendo a nossa visibilidade no dia-a-dia, e eles negaram, nesta Casa. E negaram de uma forma ou de outra - apesar de terem votado, aqui, todos, unanimemente -, eles negaram algumas coisas, com alguns gestos que eles demonstraram nesse dia. Mas nós que estamos aí, próximos do dia 28 de junho, que se comemora o Dia da Consciência Homossexual, e se essa luta por equiparações de direitos, que é essa a maior luta. É necessário sempre, todos os dias, nós travarmos guerra contra o preconceito, mas especialmente próximo a data da Consciência Homossexual, temos que multiplicar eventos que lidam com esse tema, como por exemplo, a Verª Sofia Cavedon que também vai estar fazendo, e depois vem falar aqui - não é Sofia? -, de um evento que também vai fazer lá no Veneziano, e são esses eventos, como o que nós vamos fazer no domingo, quando nós vamos estar desfilando, o que para muitos daqueles que acham que é como ir assistir a um desfile de carnaval, mas nós não nos importamos de eles irem lá ver, porque eles vão se surpreender, vão se somar, e junto vão dar visibilidade e vão se convencer que está aqui justamente contra o preconceito, mas especialmente darmos visibilidade às nossas lutas.

Nós sabemos que o cotidiano dos homossexuais no nosso País é de piadas, de exclusões, e o mais assustador é a violência que é cometida pela homofobia, indicada como uma das maiores do mundo. Mesmo com tanto preconceito, a visibilidade homossexual nas paradas do Orgulho GLBT tem crescido. Em São Paulo foram 2 milhões de pessoas lutando pelos seus direitos. Aqui em Porto Alegre, nós tivemos uma parada no dia 5, e nós não vamos falar mal daqueles companheiros; nós vamos construir durante todo este ano para que ano que vem a gente esteja reunificado e faça uma outra equiparada a São Paulo.

Mas nós vamos fazer essa do dia 19, e vai ser maravilhosa, porque não vai estar tão quente, e vai estar todo mundo muito colorido, a Redenção vai estar cheia, e nós vamos estar em cima do caminhão, com todo o orgulho que nós temos sendo parceiros nessa luta. Porque eu não acredito que uma sociedade, no século em que nós vivemos, não tenha compreensão de que a felicidade de cada um está no encontro do outro. Eu não acredito que uma sociedade, na atualidade, ainda não possa compreender que a felicidade está no afeto um pelo outro. Eu não estou preocupada e não me relaciono com a questão da livre orientação sexual, seja de quem for. Se nós lutamos pelos seres vivos, nós também lutamos pela relação humana das pessoas. Quando a gente fala assim, não precisa dizer mais nada, fica bem diferente. É a mesma coisa que dizer “pobre” e “empobrecido”: quando a gente diz “pobre”, a gente ouve de uma forma; quando a gente diz “empobrecido”, a gente começa a compreender de outro jeito, não é verdade?

Então, terminando a fala, aqui nós temos de ter tempo para aqueles que de fato precisam estar aqui falando, é importante a gente lembrar que o Legislativo é fundamental nessa luta, e, desses parceiros que estão aqui e outros que não puderam estar, como a Verª Margarete Moraes, como a Verª Manuela, o companheiro Comassetto, que não puderam estar aqui, quero dizer que os projetos que nós colocamos aqui, como a inclusão do termo “não-discriminação por orientação sexual” que está no art. 3º da Constituição Federal, Projeto da Dep. Federal Maria do Rosário, que já está na Ordem do Dia no Congresso, que este projeto significa um grande avanço, pois equipara a nossa legislação com a de países que já estão avançados e respeitam a cidadania dos homossexuais. Gostaria de citar também o projeto que criminaliza a discriminação por orientação sexual equiparando ao crime de racismo. Projetos são importantes, mas, sem dúvida, nada substitui o movimento, a organização social, por isso, a minha, a nossa homenagem a todas as ONGs aqui presentes, que militam o ano todo, com as dificuldades que nós conhecemos e que essas dificuldades aumentam ainda quando se trata de um tema que ainda sofre muito preconceito.

Parabéns ao movimento homossexual, parabéns pela visibilidade e organização, que este movimento tem demonstrado, e estamos nessa com muito orgulho, uma Parada GLBT, com muito sucesso, com certeza, sempre uma boa luta, e uma sociedade que respeite todos e todas, sem qualquer tipo de preconceito. Esta Casa não pode apenas fazer discursos, esta Casa tem de ser um exemplo de quem faz a legislação. Qualquer coisa que falte num evento como este é uma forma de preconceito, não foi por falta de cuidado. Finalizando, gostaria de lembrar, que no final desta Sessão Especial, nesta Casa, nós vamos brindar e vamos festejar, para que sejamos muito mais fortes, e sábados vigorosos, demonstrando à sociedade de Porto Alegre, que acontecem duas paradas; historicamente é a primeira vez que acontece e que nós vamos fazer dessa um brilho, e que vai encaminhar para que, no ano que vem, nós estejamos, com certeza, encostados na maior do país. Viva a luta pela liberdade! Viva a luta pelos direitos humanos e respeito pela diversidade! E, com certeza, no domingo brilharemos como sempre. Muito obrigada. (Palmas.)

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Representando a Bancada do Partido dos Trabalhadores e as demais Bancadas, a Verª Sofia Cavedon, Vice-Líder do PT, está com a palavra.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Ver. Aldacir Oliboni, presidindo os trabalhos, querida Verª Maristela Maffei, proponente desta Sessão e uma lutadora engajada nesta causa, que tem que ser de todos nós; demais representantes, aliás, uma representação extremamente significativa das diferentes organizações que se mobilizam pela visibilidade homossexual, já citados, não citarei cada um de vocês, mas quero aqui render, de início, a minha homenagem, o meu reconhecimento e o da Bancada do Partido dos Trabalhadores, especialmente do Ver. Todeschini, que está aqui, do quanto a luta de vocês é muito mais do que uma luta que beneficia os que já fizeram a sua opção homossexual, que já têm consciência, que já estão lutando, ou que vêm sofrendo, há muito tempo, a discriminação. A luta de vocês na verdade se une à luta por uma sociedade igualitária e realmente democrática, ela é uma força fundamental que vai ajudar na libertação e no enfrentamento de uma sociedade brutalmente desigual e que dispensa seres humanos das mais diferentes formas, seja pela discriminação étnica, seja pela discriminação pela opção sexual, religiosa, porque é pobre, pelas diferentes condições que não os colocam dentro do padrão eleito por quem sempre teve hegemonia econômica e de poder no mundo.

Então, a luta de vocês não é para um segmento minoritário da sociedade, é a luta de todos os trabalhadores, os discriminados deste País e do mundo. É nesse sentido que presto homenagem em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores.

Quero também dizer que o direito à diferença está muito longe de ser conquistado, ele é um direito inerente à condição humana. Então ele é uma das lutas fundamentais dos direitos humanos. Parece que isso é um senso comum incorporado no discurso, mas não é. Hoje, durante a tarde, nós passamos aqui discutindo sobre a escola por ciclos de formação, e quero fazer um paralelo com a luta por uma educação democrática. Para vocês verem como é sofisticado o que vocês buscam, porque nós, há pouco tempo, construímos o conceito do direito à educação. E o direito à educação é, na verdade, o direito de constituir-se ser humano. Essa é a questão. Nós não nascemos seres humanos, nós nos constituímos seres humanos na relação do outro, que é uma relação de educação. O Estado organiza a escola nos diferentes espaços de formação, para que cada ser humano que nasça humano constitua-se humano incorporando saberes, valores, condições, história, conceitos construídos pela humanidade, portanto constitutivos do humano.

E vocês sabem também - tanto quanto eu - quantos seres humanos não tiveram acesso à educação, não têm acesso à educação. Mas, mais do que isso, vamos vir aqui para o nosso tempo, onde nós incorporamos recentemente o direito à educação a quase todas as crianças de 7 a 14 anos. E aí a gente olha a escola e enxerga na escola os valores hegemônicos da sociedade, que são valores aparentemente democráticos, que são os valores liberais, os valores que dizem que nós temos de dar oportunidades iguais, afinal todos são seres humanos. E aí, em nome das oportunidades iguais, nós apagamos a diferença.

E atrás da fachada deste discurso, das oportunidades iguais, uma sociedade democrática é aquela que dá oportunidades iguais. Os valores liberais que foram um avanço na época da constituição da burguesia, porque antes os seres humanos não tinham nem o direito de se nominarem seres humanos, mas hoje nós compreendemos que, por exemplo, fez da escola um espaço de naturalização da desigualdade social, porque se tratamos os diferentes de forma igual, se avaliamos todos do mesmo jeito, pelos mesmos critérios, pelos mesmos padrões, se apresentamos os padrões que são os padrões considerados os corretos, os belos, que é o branco, que é o loiro, que é o bem-formado, e se exigimos de todos os diferentes respostas iguais, em tempos iguais, é claro que vamos excluir; e a escola faz isso. A escola é uma estrutura homogenizante, massificadora. E a sociedade é assim. A sociedade hipócrita é assim; ela olha para todos de uma forma igualitária, propõe as mesmas políticas para todos. Quem nasceu diferente, quem nasceu na desigualdade é duplamente condenado à exclusão. Então a escola pública, que deveria ser esse lugar da garantia da constituição do humano, faz uma discriminação, uma seleção e naturaliza a exclusão, vai peneirando para poucos chegarem a completar a sua formação de seres humanos na Educação Básica, muito menos, ainda, chegar à universidade.

Então, vocês imaginem a luta pelo reconhecimento à diversidade sexual, à saída do binário, como diz a Guacira Louro, sair da idéia do “ou é feminino ou é masculino”, para dentro de uma estrutura, a estrutura da escola, que não reconhece nem a diferença no tempo de aprender, quanto mais reconhecer diferença nas questões que são, inclusive, incorporadas, então, em uma discriminação moral, em uma discriminação que vem constituída de um machismo, de uma homofobia, que constitui ainda a nossa sociedade. É muito longa a nossa luta, é uma luta que, incorporada por nós educadores, nos desafia, na verdade, a enfrentar a questão da homofobia na educação. Quero ler para vocês... O encontro que nós vamos fazer tem este mote, porque achamos que por ali nós podemos ajudar nessa luta. Na área em que eu me criei, em que eu construí o meu mandato há mais inserção. A Guacira Louro diz o seguinte (Lê.): “Como um movimento que se remete ao estranho e ao excêntrico pode se articular com a Educação, tradicionalmente o espaço da normalização e do ajustamento? Como romper com os binarismos e pensar a sexualidade, os gêneros e os corpos, de uma forma plural, múltipla e cambiante?”. Se na escola, por exemplo, nós damos Educação Física igual para todo o mundo, exercício igual para todo o mundo, não importa se ele é gordinho, se ele é alto, se ele é lento, se nós não conseguimos olhar para o diferente, não conseguimos conviver com a diferença, se nós deixamos, por ignorância... E é por ignorância, é claro, que muitos professores, por não terem tido a oportunidade da capacitação, por não estarem envolvidos no movimento social, na formação... Deixamos reproduzir-se na escola a homofobia, a homogeneização, excluímos por dentro da escola, às vezes, com a melhor das intenções, reproduzindo a sociedade, que faz isso com os seres humanos. Portanto, se nós não constituímos, não permitimos o direito à Educação, à constituição do humano, nem com acesso à Educação, também considero que faz parte da constituição do humano o direito à diferença, e esse é um passo que tem de ser dado mais adiante. Se nós temos uma grande reação para a nossa escola continuar selecionando os melhores, vocês imaginem chegar no ponto da luta que vocês - eu tenho certeza - desejam e vão exigir da Educação.

Então, é nesse ponto que acho que posso me comprometer com a caminhada de vocês.

Quero, parabenizar-te, Maristela, por este momento, quero parabenizar todos vocês por fazerem a nossa sociedade muito melhor ao se apresentarem, ao enfrentarem a discriminação, ao enfrentarem, mostrarem a cara, correndo riscos, com certeza, de ser discriminados na família, nos amigos, no trabalho, porque acho que esse movimento de vocês é um movimento que fortalece uma luta por outra sociedade, pelo direito de todos serem seres humanos.

Parabéns, força contra toda a discriminação, contra a homofobia, que possamos ser mais felizes todos juntos, diferentes, ainda bem, porque se todos fôssemos iguais seria um horror. Parabéns a todos nós e boa luta. (Palmas.)

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Queremos registrar, como extensão da Mesa, também, o Conrado, representando a Desembargadora Maria Berenice Dias, e a nossa amiga Vera, do Bar Venezianos. (Palmas.)

Agora passaremos a palavra às entidades representativas.

A Drª Ângela Salton Rotunno, Promotora de Justiça, está com a palavra.

 

A SRA. ÂNGELA SALTON ROTTUNO: Senhoras e senhores, boa-noite, inicialmente gostaria de cumprimentar a todos nas pessoas do Ver. Oliboni e Maristela Maffei e, desde logo, agradecer profundamente pelo convite realizado ao Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul; para nós é sempre uma grande honra e uma grande satisfação podermos estar presentes e estarmos juntos com os movimentos sociais, principalmente nesta Casa, Casa do Povo, do cidadão porto-alegrense. Gostaria de passar para vocês a posição do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul, através da Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos, algumas questões, alguns pontos, algumas metas da nossa Promotoria no que diz respeito à livre orientação sexual. Inicialmente, gostaríamos de afirmar que, no nosso entender, é fundamental, é necessário estabelecermos sempre parcerias com o movimento social organizado. Nós entendemos que o grande protagonista de toda e qualquer luta que envolve direitos humanos há de ser, deve ser o próprio movimento social. Acreditamos que as ONGs, as entidades é que devem ser as grandes heroínas desta luta. Ao Ministério Público compete apenas e tão-somente auxiliar este crescimento do cidadão, este crescimento da luta do povo, da luta popular. Entendemos, então, que devemos e estamos, sempre ao lado desses movimentos, mas com o objetivo de fazê-los crescer, com o objetivo de, quem sabe, um dia, o Ministério Público não mais ser necessário nesse tipo de trabalho e de enfrentamento. Se por um lado isso pode parecer autofágico, por parte do Ministério Público, e entendemos que o é, entendemos também que este é o nosso verdadeiro papel, ou seja, jamais trabalhar com qualquer tipo de visão paternalista, jamais trabalhar com qualquer tipo de visão assistencialista. Nós acreditamos na autonomia, na independência do cidadão e, portanto, acreditamos na verdadeira razão e essência dos movimentos sociais.

Um outro ponto que está nos preocupando, a respeito do qual entendemos, como Ministério Público, ser hora e vez de começar a melhor atuar, diz respeito ao Sistema Internacional de Proteção aos Direitos Humanos. Sobre este ponto, portanto, estamos querendo e estamos buscando trabalhar, junto à Comissão Interamericana de Direitos Humanos e à Corte Interamericana de Direitos Humanos, pois entendemos que toda e qualquer violação a um direito humano com certeza diz respeito ao mundo em seu um todo e, portanto, a comunidade internacional deve intervir.

Consideramos, portanto, fundamental todo o trabalho tendente a dar visibilidade à questão homossexual, razão pela qual apoiamos e publicizamos todo tipo de movimentação artística, como as paradas gays, como, por exemplo, a criação de pólos culturais para gays, lésbicas, bissexuais e transgêneres, ou, então, como toda e qualquer manifestação que venha da essência do povo, essas manifestações hão de estar e hão de contar com apoio e o auxílio do Ministério Público do Rio Grande do Sul. Até porque entendemos que essa é a única e a melhor das formas de prevenir o que pensamos - e temos certeza de que compartilham conosco a esse respeito dessa opinião - ser a pior face da discriminação, que é a face criminal, a face da violência, que, de fato, está sendo cada vez mais presente na nossa sociedade. Devemos, sim, juntos, lutar contra a impunidade desse tipo de crime, porque o crime, o delito, a violência que diga respeito, que seja feita e perpetrada em razão de uma discriminação evidentemente é muito mais gravosa, é muito mais grave do que uma outra. Sobre esse ponto entendemos que nós, o Ministério Público, precisamos, especialmente os nossos colegas da área criminal, como todos nós, precisamos sensibilizar mais em relação a essa questão. Também entendemos ser fundamental a atuação da sociedade, dos movimentos sociais organizados, no sentido de que é fundamental dotar o sistema de segurança pública e assim entendendo polícias, guardas municipais e etc., da necessidade de capacitação dessas pessoas para que possam lidar melhor com todas as questões que digam respeito à violência em virtude da orientação sexual.

A criação de uma Câmara Técnica, por exemplo, tem sido uma sugestão do Ministério Público para que possamos, juntos, discutir e debater essa possibilidade de forma a trabalharmos para melhorar a capacitação dos agentes públicos que trabalham com a questão criminal. Por fim, entendemos que toda questão dos direitos humanos diz respeito, profundamente, a uma questão de educação e cultural e, nesse sentido, entendemos ser fundamental, já está na hora, termos, desde a mais tenra idade, dentro dos currículos escolares, um ensino, um currículo específico de defesa, ensino e direitos humanos. Essa é a única forma de podermos transformar a cultura das pessoas e, se desde o início puder ser feito, entendemos que mais céleres será os avanços a termos nessas questões todas.

Por fim, o Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul está sempre à disposição de todo e qualquer cidadão, quer procurando diretamente a nossa Promotoria, na Rua Santana, 440, 7.º andar, ou pelo telefone: 3288-8911 ou pela nossa página na Internet. Para nós, do Ministério Público, sempre estivemos, sempre estamos e sempre estaremos ao lado de todo o cidadão desta Cidade e deste Estado. Muito obrigada. (Palmas.)

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Sr. Joseph Cruz, representante na América do Sul dos jogos da GLBT 2006 do Canadá, está com a palavra.

 

O SR. JOSEPH CRUZ: Boa noite, gostaria de agradecer a oportunidade que esta Casa está nos proporcionando, e agradecer também à Verª Maristela Maffei, propositora desta atividade, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, organizações aqui presentes, o 1º World Outgames Montreal 2006 oferecerá 35 esportes e 4 atividades culturais, assim como uma Conferência Internacional, “O direito de Ser Diferente”, que está aberto à participação de mulheres e homens, sem levar em conta a sua orientação sexual, raça, idade, habilidades atléticas/artísticas, deficiência física, religião, crenças políticas, nacionalidade ou estado de saúde.

O 1º World Outgames procura promover os valores de: participação e celebração; respeito e imparcialidade; inovação; diversidade; entendimento e influência. Por aceitarem os ideais do Outgames, em esforçarem-se para realização pessoal em esportes e atividades culturais, todos os participantes tornam-se vencedores. Como indivíduos, os participantes comemoram a realização pessoal; como um grupo, eles experimentam solidariedade e celebram a diversidade no âmbito das comunidades LGBT. Através dos esportes e atividades culturais do 1º Outgames, os estereótipos serão desafiados e as barreiras serão quebradas.

Uma conferência internacional intitulada “O Direito de Ser Diferente” acontecerá entre 26 e 29 de Julho de 2006, poucos dias antes da abertura do 1º Outgames. Com o apoio de várias associações representando a comunidade LGBT, 2.000 participantes são esperados para essa conferência. Um prestigioso comitê internacional que inclui juízes, advogados, acadêmicos, e ativistas em direitos humanos de cada continente finalizam o programa.

A Conferência em Montreal focalizará a atenção nas injustiças sofridas por indivíduos LGBT enquanto mostrando a existência de, ou no mínimo, melhoras em direitos iguais podem tornar-se um fator para o desenvolvimento humano, cultural, social e econômico, beneficiando assim toda a sociedade.

A visão do comitê organizador é orquestrar um encontro magnífico de gays, lésbicas, bissexuais, transgêneres e heterossexuais para comemorar os esportes e a cultura. Os jogos vão se beneficiar dos interesses de toda a população homossexual internacional, que ajudará a avançar os direitos e a liberdade dos homossexuais que realçará a sua qualidade de vida.

Nós estamos devotados a organizar um evento onde o esporte seja praticado sem nenhum tipo de discriminação, e a presença da comunidade gay, lésbica, bissexual e transgênera seja comemorada através do esporte e da cultura.

Finalmente, a nossa visão é de capturar os corações e as mentes do mundo, apresentando um evento de desempenho, de criatividade e da realização que servirá como um legado e uma fonte de inspiração para todo o futuro.

Esperamos por vocês em Montreal em 2006, para uma experiência inesquecível, e na Parada de domingo, para mostrar que estamos aqui, estamos presente e estamos lutando pelos nossos direitos. Obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): A Srª Miriam Weber, representante da Legau - Lésbicas Gaúchas, está com a palavra.

 

A SRA. MIRIAM WEBER: Boa-noite. Ao cumprimentar as Vereadoras Maristela Maffei e Sofia Cavedon, eu gostaria de cumprimentar e agradecer a presença de todos e todas.

A Legau é uma Organização Não-Governamental, que tem como objetivo servir de espaço e de articulação e ativismo político de mulheres lésbicas, bissexuais, heterossexuais e assexuadas – os assexuados também têm que ter espaço.

Queremos agradecer a homenagem da Verª Maristela Maffei e dizer da satisfação que temos, hoje, de poder compor uma Mesa com tantos grupos, com tantas pessoas com um valor de militância tão grande. Isso, para a gente, é uma satisfação. Começamos com poucos, mas graças a Deus a roda anda, as pessoas se agregam, novos grupos se formam. E a Legau entende que quanto mais pessoas, sejam homossexuais, heterossexuais, bissexuais, falarem sobre a importância do respeito à diversidade racial, sexual, aos diferentes e às diferenças, mais temos a certeza de que os processos vão acontecer de forma mais rápida.

A gente quer pontuar também que um dos motivos pelo qual a gente vai ter também duas paradas, além de que a gente ter um Estado e um Município que propicia que as organizações se constituam e possam fazer seus eventos, a gente quer pontuar também que dentro dos grupos do movimento homossexual existem grupos que têm uma estética e uma ética diferenciada. A gente quer mostrar que não somos só homossexual, a gente também é homoafetivo, e o que nos move não é apenas um ato sexual por si só, mas a construção de uma vida em comum de pessoas que têm a mesma sexualidade, e o afeto é algo que pesa muito nessa relação, o respeito, o companheirismo, a construção de um mundo justo, solidário e respeitoso. Então, a gente quer mostrar esta outra estética, que não é sinônimo de pegação, de promiscuidade, que tem a ver com uma construção de famílias, que respeita a sociedade, que não quer ter a nossa imagem vinculada a um exercício pura e simplesmente libidinoso de sexualidade.

A gente teve muitos avanços na última década, de meados de 80 para cá, mas a gente tem a clareza de que quanto mais grupos, sejam eles grupos homossexuais ou do movimento de mulheres, as feministas, os do movimento negro, movimentos populares, enfim, quanto mais grupos, pessoas e movimentos estiverem falando sobre a importância do respeito à diversidade sexual, tanto mais vai somar na nossa causa.

A gente gostaria que todas as pessoas que tivessem o compromisso e o respeito com a construção dos direitos humanos pudessem participar da Parada do Orgulho, porque pela primeira vez, no Município de Porto Alegre, a gente vai ter uma Parada do Orgulho Gay, Lésbicas, Bissexuais e Transgênero. Para nós, é importante que as paradas, muito mais do que “paradas livres”, sejam o compromisso com o respeito e a visibilidade do orgulho de sermos o que somos. “Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é.” A gente sabe que manter publicamente, dar visibilidade à nossa causa tem um custo, sim, um custo pessoal, um custo familiar, um custo profissional, mas um custo que, para nós, é necessário, porque a gente não opta por ser homossexual, é uma construção de sexualidade que nos leva a essa vivência. Chega um momento em que não se tem como fugir dela. E nós queremos poder exercer, sim, a nossa vivência homoafetiva com o respeito de todos. Para nós seria muito importante que outros Partidos estivessem aqui participando; para nós seria muito importante que todos os outros Partidos pudessem estar aqui. Seria maravilhoso que pudéssemos contar com Vereadores, que têm uma posição tão séria com relação a algumas coisas respeitosas, que estivessem lá também na nossa Parada, independente de que partido fosse. A luta pelos direitos humanos deve ser uma luta pluripartidária. Acontece é que – até já fizemos essa discussão – as esquerdas têm essa sensibilidade. Mas nós gostaríamos que a direita também tivesse, porque nós somos cidadãos e como já falamos aqui, homossexuais não são só de esquerda, têm homossexual que são de direita também. Então, os Parlamentares desta Casa – como a gente está numa Sessão oficial e Especial -, eu imagino que, em algum momento, eles vão saber o que falamos aqui. E o registro é agradecer à Vereadora e aos Vereadores aqui presentes, e pedir que os outros Vereadores tenham a sensibilidade de poder, aos poucos, participar mais, porque esta é uma questão de todos. Agradeço a presença de todos e todas e convoco todos e todas para no domingo estarem na Para do Orgulho LGBT de Porto Alegre. Obrigada.

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Lembrando que é domingo, às 15h, mas a concentração será a partir do meio-dia, no Parque da Redenção.

O cidadão Isidoro Rezes, nosso grande amigo e representante da Organização Não-Governamental Outra Visão, está com a palavra.

 

O SR. ISIDORO REZES: Boa-noite, quero agradecer a oportunidade de estarmos aqui hoje, de nos sentirmos incluídos em uma sociedade ainda excludente. Agradecer à Verª Maristela Maffei e a todos os Vereadores desta Casa. Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, Promotora de Justiça, o meu nome é Isidoro de Souza Rezes, sou Coordenador-Geral da Outra Visão. Eu vou começar pronunciando o nosso lema, deste ano, que é “Nem mais, nem menos: diretos iguais”; e para isso eu vou fazer uma pergunta a esta Casa: onde estão os outros Vereadores desta Casa? Onde estão os responsáveis por promover ações de direitos humanos nesta Cidade? Neste Estado? Onde estão eles? Onde está o interesse com os anseios sociais? Será que não estão interessados no que nós temos a dizer? Será que não estão interessados em nos ouvir? Mas, não interessa. O importante é que nós estamos aqui. Aqui é a Casa do povo, aqui é a nossa Casa, aqui nós vimos falar. O importante é que quem está ao nosso lado, nosso amigo é.

Eu gostaria de lembrar o que a Miriam acabou de citar. É muito importante, esse termo que foi criado e elaborado pela Desembargadora Maria Berenice Dias, que é a “homoafetividade”, que não é o homossexual em si, mas é o afetivo, é o sentimento acima de tudo. Não vamos colocar nunca a questão sexual à frente de um sentimento. Não vamos colocar a questão conquista de direitos à frente de uma questão de sentimento sexual ou por uma orientação só por um desejo sexual, mas, sim, por um respeito ao ser humano.

Quero falar dos avanços. Já tivemos muitos avanços, mas uns avanços que estão chegando, mas não encontram uma base sólida. Eles estão ficando restritos ao Rio Grande do Sul, eles não conseguem ir além de nossas fronteiras. Nós precisamos fazer a nossa voz chegar mais longe. Nós precisamos ir além, fazer com que sejam propagados os nossos anseios por justiça e direitos. (Palmas.)

Quero lembrar de todos aqueles que não estão mais conosco e que contribuíram para a nossa causa; todos aqueles que morreram na luta, todos aqueles que colocaram a sua cara para bater, que se expuseram, que não tiveram medo, que foram à frente. Quero expressar a minha gratidão àquele cabeleireiro que, em 1980, saía rebolando pela rua; àquele cabeleireiro que não tinha outra opção a não ser a de ser cabeleireiro; àquele cabeleireiro que tinha de enfrentar palavras grosseiras, violência. Quero cumprimentar, agradecer a todos esses que construíram o espaço que hoje estamos conquistando e usufruindo. Quero agradecer a todas aquelas pessoas que não estão mais conosco: Cazuza, Herbert Daniel e todos os outros demais que já foram, mas que continuam em nosso coração. Muito obrigado a todos eles, muito obrigado a todos vocês. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Sr. Cleber Vicente, representando a Organização Não-Governamental SOMOS, está com a palavra.

 

O SR. CLEBER VICENTE: Boa-noite, Verª Maristela Maffei, boa-noite, Verª Sofia Cavedon, boa-noite, Sr .Presidente em exercício da Câmara Municipal, Ver. Aldacir Oliboni; boa-noite, senhoras e senhores aqui presentes, hoje é um daqueles poucos dias em que os movimentos são reconhecidos, então, acho que é um momento de alegria. O Movimento Homossexual Brasileiro teve início em um período em que a ditadura militar, entre 1964 e 1980, mostrava sinais de cansaço e os movimentos sociais já podiam começar, aos poucos e de forma tímida, mostrar a cara. O Movimento Homossexual Brasileiro conseguiu, ao longo desse tempo e por conta da sua mobilização e de suas práticas de visibilidade massiva, através das Paradas do Orgulho, a partir de 1995, a necessária inserção na mídia e, por conseqüência, passou a atrair a atenção da coletividade política, considerando as várias instâncias de poder, o Executivo, o Legislativo, o Judiciário, os apoios, e também as oposições encontradas foram construções que somente se verificaram no cotidiano institucional do Movimento Homossexual, em virtude do comportamento pró-ativo das lideranças homossexuais – e eu tenho o prazer de estar com muitas delas aqui, colegas do Movimento Homossexual de Porto Alegre –, sobretudo em virtude do comportamento que tomaram como meta: a tarefa inacreditável, há algum tempo, de dar as caras, formas e corpos àqueles que vivem o que antes se dominava o amor que não ousava dizer o nome. Ousaram, ousamos, ousam, ousa quem acreditou, no início, que era possível, todos nós, que participamos do Movimento Homossexual Brasileiro, todos aqueles que nos acompanham, e, principalmente, todos os indivíduos que esperam que tudo que fizemos, fazemos e iremos fazer de alguma forma acrescente em sua vida, individualmente considerada, alguma coisa positiva para sua existência cotidiana. Esse é o nosso principal desafio: alterar positivamente a existência dos outros, interferir politicamente na construção de uma sociedade mais justa, mais fraterna e não-excludente.

Nesse momento, às vésperas da Parada do Orgulho GLBT, aqui em Porto Alegre, depois de amanhã, domingo, dia 19, é necessário fazer uma reflexão para que possamos avaliar o crescimento dessas manifestações no Brasil, assim como verificar o risco de que essas datas se transformem apenas em um dia de festa ou um carnaval fora de época. É preciso saber que queremos mantê-las, como um dia de luta e de afirmação da cultura e dos direitos humanos de gays, lésbicas, transgêneres e bissexuais. E, se assim o for, temos, cada vez mais, de propor uma agenda comum entre os Movimentos; Movimentos que, em Porto Alegre, articulam-se e se reúnem a partir do Fórum Municipal de Gays, Lésbicas e Transgêneres.”

Nós nos veremos no domingo, dia 19 de junho, para marcar a rebeldia contra a violência e contra a discriminação, assim como foi em 1969, em Nova York, no bar StoneWall Inn, a gente reproduz a nossa resistência e a nossa coragem de desafiar quem ousa nos julgar inferiores. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Agradecemos a manifestação do Sr. Cleber Vicente, e convidamos para fazer uso da palavra o Sr. Rodrigo Michel, representante da Organização Não-Governamental Contestação. (Palmas.)

 

O SR. RODRIGO MICHEL: Boa-noite, eu queria agradecer ao Presidente da Sessão, Ver. Aldacir Oliboni, à Verª Maristela Maffei, e aos demais convidados. Antes de começar o meu discurso, eu queria dizer que, infelizmente, a gente vive em um sistema que vê o mercado acima do ser humano, o que é lastimável.

Bem, surge na Alemanha, em meados do século XIX, um movimento forte, mas morre, infelizmente, com o evento do nazismo, quando vários homossexuais, entre outros, como os judeus, foram para campos de concentração. Mas, felizmente, o movimento ressurge com a famosa Revolta de StoneWall, em Nova York, como o companheiro falou. No Brasil surge o Movimento Homossexual em unidade com vários outros movimentos, como o Feminista, o Movimento Negro e a Revolta Estudantil para a derrubada da Ditadura Militar. Tudo isso mostra o grau do nosso avanço, da nossa visibilidade.

Hoje deparamos com a Parada do Orgulho; em São Paulo teve 2 milhões de pessoas, um recorde mundial.

Enfim, eu acho que a nossa visibilidade está mais além do que o próprio Movimento. Está na hora de o Movimento criar âmbitos com os outros movimentos. O Contestação surgiu no Congresso da UBES - União Brasileira de Estudantes, com a política de levar o debate da sexualidade às escolas. Também achamos importante o diálogo como o Movimento Feminista e com o Movimento Negro.

Para concluir, eu queria deixar uma frase de um grande camarada, Ernesto Che Guevara, que diz o seguinte: “Os poderosos podem arrancar uma, duas, até mesmo três flores, mas não impedirão que venha a primavera inteira”. Os poderosos podem vencer no Congresso todos os nossos Projetos em prol da nossa liberdade sexual, mas não impedirão que, de ano em ano, nós estejamos nas ruas lutando pelas nossas convicções. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Queremos registrar que o nobre Ver. Carlos Todeschini tinha outro compromisso e precisou sair.

O Sr. Diovani Miranda, representante da Organização Não-Governamental Integração Vivência, está com a palavra. (Palmas.)

 

O SR. DIOVANI MIRANDA: Boa-noite a todos, citando o Presidente, Ver. Aldacir Oliboni, estendo o cumprimento a todos os demais Vereadores desta Casa, inclusive aos conservadores, e gostaria de agradecer por esta homenagem proposta pela Verª Maristela Maffei; citando a companheira Miriam Weber, gostaria de saudar todas as organizações que têm uma mulher à frente de ONGs por direitos humanos; citando o companheiro Roberto, gostaria de saudar a todos os movimentos que têm um homem, independente de sua orientação, lutando pelos direitos humanos.

A construção dessa sociedade igualitária, fraterna, solidária e humanizada que nós tanto almejamos é uma luta de todos nós, inclusive dos heteros. Por que eu digo isso? Porque nós temos uma Reforma Sindical, nós temos uma Reforma Trabalhista, e estas duas Reformas não têm segmento, elas atacam a todos. Então, não serão somente os gays que irão para a rua, mas também os heteros. Essa sociedade hipócrita que sabe da discriminação existente, vira as costas - me refiro aos profissionais do sexo. São pessoas que estão ali, que gostariam de estar num trabalho, ganhando dignamente seu salário, tendo a sua condição de vida social, mas essa sociedade obriga todos nós GLBTs a ficar à margem, na exclusão.

Quanto à fala do Isidoro, eu também gostaria de agradecer a todos os companheiros que não estão mais aqui, que lutaram para que, no dia de hoje, essas entidades que estão representadas à Mesa pudessem usar esta tribuna para dizer: “Viva a diversidade sexual, viva a liberdade, viva a cidadania!”. E a parada não é um carnaval: a parada é a parada da cidadania pela cidadania.

Eu gostaria de terminar dizendo que é nadando que se aprende a nadar, e é no exercício da cidadania que se aprende a ser um pleno cidadão.

E a esta Casa, que se diz a Casa do Povo, eu gostaria de externar a minha indignação por saber que para poder participar desta homenagem eu teria que estar engravatado e com calça social. E se esta é a Casa do Povo, o Regimento Interno não pode padronizar a vestimenta das pessoas para terem acesso a um lugar que sempre foi delas e de toda a população porto-alegrense. Meu muito obrigado, em nome da Integração GLBT de Porto Alegre. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Agradecemos ao Diovani.

O Sr. Roberto Seitenfus, representante da Organização Não-Governamental Desobedeça, está com a palavra. (Palmas.)

 

O SR. ROBERTO SEITENFUS: Boa-noite Ver. Oliboni, que preside a Mesa; amiga Verª Maristela Maffei, proponente desta Sessão; Verª Sofia, que se faz presente; Ver. Todeschini, que, infelizmente, precisou sair; e queria agradecer, também, ao Ver. Adeli Sell, Ver. Bernardino Vendruscolo, Ver. Garcia, Ver. Sebenelo, Verª Clênia Maranhão, Ver. Dr. Goulart, Ver. Elias Vidal, Ver. Elói Guimarães, Ver. Ervino Besson, Ver. Haroldo de Souza, Ver. Ibsen Pinheiro, Ver. João Carlos Nedel, Ver. João Antonio Dib, Ver. José Ismael, Ver. Luiz Braz, Verª Margarete Moraes, Verª Maria Celeste, Verª Maristela Maffei, que se faz presente, Verª Maristela Meneghetti, Ver. Márcio Bins Ely, Ver. Mario Fraga, Verª Manuela d’Ávila, que já disse que não poderia estar presente, Ver. Maurício Dziedricki, Verª Mônica Leal, Ver. Nereu D’Avila, Verª Neuza Canabarro, Ver. Paulo Odone, Ver. Raul Carrion, Ver. Sebastião Melo, Ver. Valdir Caetano. Obrigado a esses Vereadores por não terem vindo. (Palmas.)

Eu queria começar, até porque espero que numa Tribuna Popular a gente volte e se encontre cara a cara com cada um Vereador, como outras vezes nós já viemos, e não temos medo de vir. Primeiro, porque esses Vereadores devem saber que aqui apenas está uma representação das 200 mil pessoas que estarão no Parque da Redenção, no domingo, e uma representação das 2 milhões de pessoas que estavam em São Paulo, e que saberão da falta desses Vereadores neste plenário hoje.

Queria dizer que no Grupo Desobedeça diversas discussões a gente tem pautado, e uma das coisas que a gente prima em discutir é um debate com diversos outros movimentos sociais, movimentos populares, e por isso, também em nome da Direção Nacional da Central de Movimentos Populares, a gente tenta fazer uma discussão com os diversos movimentos. A discussão vai na questão da reforma urbana, o direito à cidade, onde se faz uma discussão de habitação e de moradia para cada cidadão de Porto Alegre, do Brasil, com a discussão do PAR, do PSH, do Programa de Crédito Solidário. E por que eu estou falando isso? Porque essa também é uma discussão que casais homossexuais também devem fazer.

Hoje, se você não tem uma renda para conseguir entrar dentro de um Programa de Crédito Solidário e num programa de arrendamento da sua residência, você não consegue ter a sua residência. Para casais homossexuais, pior ainda, porque esses casais nem são reconhecidos como casais. Então, esta é uma outra discussão que nós também queremos fazer, junto com movimentos de negros, movimentos de sem-teto, movimentos de deficientes. Nós também temos pautado essa discussão, e, principalmente agora, com um projeto nacional junto à Central de Movimentos Populares, nós estaremos com um trabalho de prevenção junto às ocupações dos sem-tetos e dos catadores, no Rio grande do Sul, na Paraíba e em diversos Estados do Brasil.

É importante quando a Verª Sofia fala que a luta é de vocês. Eu queria dizer à Vereadora que essa luta não é de vocês: essa luta é nossa, como a luta das mulheres é uma luta minha também; a luta dos negros é uma luta minha também, porque todos nós lutamos por uma transformação de sociedade, que pare de tratar a pessoa como mero mercado e comece a tratar essa pessoa como cidadã e ser humano, que é como ela deve ser respeitada. (Palmas.) Portanto, essa luta também é uma luta nossa.

Outra indagação que fica, por exemplo - a gente conversava aqui na Mesa, e a Vereadora estava comentando - eu não sei se é apropriado, mas eu fico triste por não ver a Prefeitura de Porto Alegre neste momento; ela não está presente. Se está presente, por favor, eu peço que se anuncie. (Pausa.) Está presente algum representante? Enfim, mas a Secretaria de Direitos Humanos não está. Mais um erro de tantos erros dessa Secretaria, que ainda não mostrou para o que veio: não está presente. Até este momento nada. Fez, errou; em alguns pontos errou quando disse que dialogou com o Movimento, e, nesse momento, mente quando dialoga, mentiu quando tentou a conciliação, mente quando diz que estará apoiando uma que não é partidária. Enfim, é importante que a gente diga que duas Paradas, para nós, como aconteceu em São Paulo muito tempo atrás, como aconteceu em diversos lugares, só faz crescer o Movimento no Rio Grande do Sul. É um processo, o processo da mãe que perde um filho, mas é um processo que vai construir para que, no ano que vem, a gente tenha, sim, uma Parada única, unificada entre os movimentos de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul.

Para encerrar, eu queria dizer que esse passo, de uma grandiosa Parada de “Nem mais, nem menos; direitos iguais”, que é o mesmo lema da Parada de São Paulo, que é o mesmo lema da Parada do Rio de Janeiro, que é um lema para unificar o Movimento nacional, que nunca aconteceu em Porto Alegre, vai culminar, no final do ano, com uma grande marcha de homossexuais a Brasília para pedir ao Governo Lula e aos Governos Estaduais a implementação, de fato, do “Brasil sem homofobia” – que o Projeto saia do papel. Acima de tudo para que Projetos, como a Parceria Civil e a Criminalização da Homofobia sejam aprovados na Câmara de Deputados.

O tempo já acabou, obrigado a todos e espero todo mundo, no dia 19, para que a gente faça uma parada politizada, e, com certeza, a maior Parada do Rio Grande do Sul e a terceira maior do Brasil. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Nós queremos, antes de finalizar esta Sessão de homenagem, dizer que esta Casa tem o costume de, em todas as homenagens, encaminhar convite para todas as entidades públicas. A gente percebeu claramente a falta de algumas delas.

Queremos também lembrar que o nosso Presidente, Ver. Elói Guimarães, por estar em viagem a Brasília, não pôde estar presente, e que também é costume da Mesa Diretora, fazermos um revezamento para presidir as demais Sessões que acontecem nesta Casa. Neste momento, em nome da Casa, evidentemente, queremos agradecer a todos os nossos funcionários, de modo especial, aqui, às Taquigrafas, à Comunicação, à Segurança, enfim, todos os trabalhadores que, em plena sexta-feira, a esta hora, 20h18min, estão aqui conosco dando a sua contribuição no intuito de demonstrar claramente que para nós é importante, sim, preservar e respeitar as diferenças, principalmente quando se trata de um Parlamento onde nós, internamente, respeitamos a diversidade mas não entregamos a bandeira. Estamos sempre na luta, e para isso queremos parabenizar esta homenagem proposta pela nobre Verª Maristela Maffei, como também a todos os Vereadores que estiveram aqui presentes, entidades representativas, e os demais segmentos que, por sua vez, possamos até não ter citado, mas de modo especial esta oportunidade onde se percebeu claramente que a luta continua, e muita coisa tem por fazer ainda. O importante é que nós podemos seguir em frente, porque ao lado, atrás, em todas as direções, vem gente, e é preciso termos coragem para seguir esta luta.

Neste momento convidamos todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Rio-Grandense.

 

(Ouve-se o Hino Rio-Grandense.)

 

Agradecemos a presença de todos e damos por encerrada a presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 20h21min.)

 

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